NIS2 e RGPD: o que significam estas leis para o utilizador comum

Nos últimos anos, ouvimos cada vez mais falar de RGPD e agora da nova diretiva NIS2.

Parecem siglas complicadas, mas ambas têm um objetivo em comum: proteger os nossos dados e tornar a internet mais segura para todos.

Neste artigo, explicamos — sem jargão técnico — o que significam, em que se diferenciam e como afetam o seu dia-a-dia digital.

1. O que é o RGPD?

O Regulamento Geral de Proteção de Dados (RGPD) entrou em vigor em 2018 e define como as empresas e entidades devem tratar os seus dados pessoais.

Isso inclui:

  • Nome, email, número de telefone, morada, dados bancários, etc.
  • A forma como esses dados são recolhidos, armazenados e utilizados.

O que o RGPD garante a si:

  • Direito à informação → saber como e porquê os seus dados são usados.
  • Direito ao esquecimento → pedir para eliminar os seus dados.
  • Consentimento claro → as empresas só podem tratar os dados se autorizar.
  • Notificação de falhas → deve ser informado se os seus dados forem comprometidos.

Em resumo: o RGPD dá-lhe controlo sobre a sua informação pessoal.

2. O que é a NIS2?

A NIS2 é uma diretiva europeia que foi ratificada por Portugal e que entra em vigor no final de 2025 e visa reforçar a cibersegurança das empresas e instituições essenciais (como energia, saúde, transportes, finanças, comunicações, etc.).

O nome vem de “Network and Information Systems Directive”, e o objetivo é garantir que estas entidades têm medidas de segurança robustas e conseguem responder rapidamente a incidentes informáticos.

O que muda com a NIS2:

  • As empresas críticas têm de adotar práticas de cibersegurança obrigatórias.
  • Devem reportar ataques informáticos às autoridades.
  • A responsabilidade passa também para os gestores e diretores (com possíveis sanções).

Em resumo: a NIS2 protege os serviços de que todos dependemos — para evitar que falhas ou ataques afetem o público.

3. RGPD e NIS2: qual a diferença?

O RGPD (Regulamento Geral de Proteção de Dados) foca-se na privacidade individual. Ele define regras sobre como as empresas recolhem, guardam e utilizam dados pessoais, como nomes, emails, contactos ou informações bancárias. O seu objetivo principal é garantir que cada pessoa tem controlo sobre a própria informação e que essa informação é usada de forma transparente e segura.

Já a NIS2 (Diretiva de Segurança de Redes e Sistemas de Informação) preocupa-se mais com a segurança das infraestruturas digitais. Ou seja, pretende que setores essenciais — como energia, saúde, transportes, finanças ou comunicações — tenham sistemas robustos e resistentes a ciberataques.

Em resumo, o RGPD protege os seus dados pessoais, enquanto a NIS2 protege os sistemas e serviços que os armazenam e processam.

4. Como isto afeta o cidadão comum

Mesmo que não trabalhe em tecnologia, estas normas beneficiam diretamente todos os utilizadores:

  • Menos fugas de dados.
  • Serviços públicos e privados mais protegidos.
  • Empresas mais responsáveis na forma como tratam a informação.

Em última análise, significam mais confiança no mundo digital.

5. O que pode fazer no seu dia-a-dia

  • Leia as políticas de privacidade e escolha conscientemente onde partilha dados.
  • Use senhas seguras e autenticação de dois fatores.
  • Atualize os dispositivos e apps regularmente.
  • Se receber notificações de violação de dados, mude as senhas de imediato.

A sua parte é simples — e essencial — para que as leis tenham impacto real.

Conclusão

RGPD e NIS2 podem parecer termos complexos, mas no fundo tratam-se de duas camadas de proteção para a sua vida digital:

  • O RGPD protege o que é seu (os seus dados).
  • A NIS2 protege o sistema onde está guardada essa informação.

Mais segurança, mais transparência, mais confiança.

O futuro digital é mais seguro quando todos fazem a sua parte.

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